Intercalando momentos eufóricos


Como o título diz, estou, nesse momento, intercalando momentos eufóricos. 
Isso não é pra você, nem pra mim, tampouco para alguém. É um pensamento, entre tantos, que não diz muita coisa, mas que pode revelar parte do que somos, ou do que fizemos com a gente. 
Momentos eufóricos com um certo êxtase egocêntrico, naqueles em que tudo o que importa está debaixo do meu teto quando tranco a porta de casa. No mais, tanto faz. O restante do condomínio, as casas todas da cidade que anoitece, não são de fato um problema meu. A saúde do outro, o que ele faz dela ou deixa de fazer é apenas um conjunto de descasos tóxicos que leio no jornal e jogo fora para não me contaminar. Ou ainda, daquelas notícias da tv que você ignora, se distraindo mais com o Show da Luna! do que com a realidade. 
Embora todas as noites quando olho no espelho me pergunto quando foi que deixamos de nos preocupar. Quando foi que empobrecemos por dentro. Quando fechamos nossos olhos para não enxergar e permitimos que o mundo todo se resumisse ao nosso telhado particular. Quando as dores não nos doem desde que não cheguem aos nossos corpos ou aos corpos que dormem ao nosso lado na cama. 
Estamos todos emoldurados por sentimentos solitários que nos unem em uma sociedade que não existe, ou será que fomos nós mesmos que deixamos de existir? 


"Running in circles
chasing our tails"