Em busca de Luz



Cem anos. Cem anos em um só.
Sem motivos, nada, talvez.
O simplório se esquivando do luxo, que por sua vez, reprime suas vontades mais simplórias.
Éramos um fato, agora somos uma hipótese que deu errado, que não vingou.
E o que vinga quando nosso próprio adubo nos falta?
Raízes de mágoas, buracos de amores, sussurros de esperança. Sobra-me pedaços e falta-me o inteiro.
De resto, refaço, encerro, alieno quando quero, desnudo, visto-me e durmo.
À noite os rostos são mais bonitos, a vida é mais alegre e o copo é mais amigo.
O que existe dentro de mim é um monstro que nunca se acalma, mas quem sabe nessa mesma inquietação, encontro alguma (pura) espécie de paz.


[Luz que aquecia, que sonhava, que alto iluminava
Luz para os dias amargos, dias de chuva, de pouco espaço
Para invadir onde já não cabe, onde tudo desmorona sem querer
Porque luz é o que havia na caixinha, sim, aquela que te dei]