Aos primeiros dias de um ano promissor, depois de tanto administrar o caos, deu-se o primeiro pensamento progressista. Evaporar.
O que teria de fazer para modificar o estado das coisas estava perto de suas mãos, com luz forte, capaz de dar-te-a dores de cabeça, literais e figuradas.
Não é modificar, talvez. É conectar. Conectar a percepção de que o tempo passa e com ele se vão as pequenas esperanças de o ter paralisado. Se vão as verdades irreais de uma foto que aparentava felicidade, mas que trazia consigo correntes e inquietude. Se vão as vontades de voltar em anos que, sinceramente, ficam melhores no passado.
Valorizar o presente é, e sempre foi, um trabalho árduo, mas necessário. E se dá quando num simples gesto percebe-se que chegou muito mais longe do que teria chegado se toda a bagunça de antes não tivesse sido contemplada. Portanto, não há razão para o arrependimento. Erros, às vezes, servem para te tirar de uma roubada. Nesses casos, que bom é ter errado.
Evapore, então. De vez, sem dor. Evapore e sugue o ar. É ele quem leva, embora também seja o próprio que em seguida, traz.
- do início se faz o fim.