Não era uma pessoa, era um número. Não tinha história, tinha estatística.
Mais um rosto negro no vagão do trem, mais um par de tênis velho que andava sem ninguém notar.
Todo dia a mesma hora, mesmo fone no ouvido, mesmo olhar perdido.
...
Não era uma pessoa, era um número. Não tinha história, tinha conta bancária.
Mais um rosto branco na balada, mais um vestido de grife que circulava sem ninguém notar.
Todo dia a mesma hora, mesmo fone no ouvido, mesmo olhar perdido.
...
Casa de paredes sem reboco. Casa de jardim florido.
Carteira vazia. Carteira cheia.
Corações vazios.