O copo cai, quebra. Não tem cola, não tem volta.
O barulho que faz não é nada perto dos cacos espalhados pelo chão.
O barulho que faz não é nada perto dos cacos espalhados pelo chão.
Ele nunca mais vai voltar a ser copo. Não tem soma, não tem emenda, não tem conserto.
Quando estilhaça o vidro, ainda que reconstituído, suas marcas mostram onde um dia já quebrou. Você passa o dedo e sente cada risco, cada profundidade.
Ou você recolhe ou joga e compra outro.
Quando estilhaça o vidro, ainda que reconstituído, suas marcas mostram onde um dia já quebrou. Você passa o dedo e sente cada risco, cada profundidade.
Ou você recolhe ou joga e compra outro.
O chão fica ferido, o tempo apaga a cor, o contorno.
Ele corta - mas os cortes vão cicatrizar. O sangue vai cessar, a pele encobrir o machucado.
Ele corta - mas os cortes vão cicatrizar. O sangue vai cessar, a pele encobrir o machucado.
Alguns dias e nada mais vai restar além da ardida lembrança.
A dor passa junto com o tic tac do relógio, o andar dos carros na rua, o vento nas folhas amarelas. A dor passa em cada amanhecer, em cada entardecer.
Ficar assim por causa de um copo? Não era o copo, era o que tinha dentro.
"Nobody said it was easy
No one ever said it would be this hard"