Palpitava, hora pós hora, feito ponteiro de relógio. Tic tac, tic tac.
Emoldurado na parede branca descascada, em madeira maciça e design retrô, repousava ele sobre a casa, triunfante. Ninguém pode com o tempo.
Nem mesmo aquele quadro igualmente antigo, que a traz ainda menina se equilibrando na sapatilha de ponta.
O piso já fazia ruído quando ela descia as escadas, envelheceram juntos. E todos os dias na mesma hora do dia sentava-se no mesmo canto do sofá com o livro nas mãos. Os olhos precisavam de ajuda para ler, e ela colocava pacientemente seus óculos. Tinha todo tempo do mundo.
(...)