Sobre viver (sobreviver)


E então, chegava cansada até aqui.
Havia andado tanto que não conseguia sentir os pés. A garganta estava tão seca que não falava. 
Os olhos, exaustos do sol forte, fechavam-se sozinhos.
E então, e agora? 
O que seria da vida por trás dos sonhos, o que seria de mim agora que era real. 
E as perguntas ecoavam em meus ouvidos fadigados.
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O outono se aproximava. As árvores começavam a amarelar, as folhas caiam secas e caminhar por elas fazia um barulho que contrastava com o silêncio da cidade. Contrastava com meus gritos.
Gritos? Ninguém os ouvia.
No entanto, era quase insuportável o desespero da minha voz. 
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