Desde que nascemos, somos números.
Número de semanas de gestação, número de pulseirinha na maternidade, número de lista na escola, número de RGA na faculdade, número de registro profissional, número de aposentado, número de túmulo.
Somos resumidos o tempo todo, inclusive, confundidos por eles.
De passaporte, de banco de dados, de saldo. Número, número... e a gente vai perdendo o substantivo.
Perde o nome, o sobrenome, o apelido. Perde a característica, a individualidade, a importância.
Prefiro ser palavra, ainda que triste, ainda que inexistente, ainda que cortada por uma hífen ou mutilada por um acento.
Prefiro ser a tatuagem na pele, a frase do bilhete, o texto do e-mail. Prefiro ser a declaração, não a equação.
E você? E você com esses números...