E eu olhava, olhava fundo, no mais profundo desejo de enxergar.
Me esforçava para sugar a existência dos seus olhos e desvendar o que me dizia sem dizer.
Mas, por mais estranho que pareça, quanto mais eu olhava, menos conseguia ver.
Estávamos ali, um na frente do outro, e estávamos tão longe. Tão íntimos e tão desconhecidos.
Mas eu tentei, juro que tentei, encontrar o que antes achava ter achado.
Quando então esticou os braços e estendeu as mãos, naquele exato minuto, entendi.