Por mais bonita que seja a música, sempre chega a hora em que a caixinha para de tocar. Por mais disposta que a bailarina esteja, sem corda não consegue dançar.
Deixamos, então, a caixinha de lado.
Guardamos no armário, na gaveta, empoeiramos os dias, embranquecemos os cabelos.
Guardamos no armário, na gaveta, empoeiramos os dias, embranquecemos os cabelos.
Mas sempre, sempre, lembramos do som, da suavidade dos movimentos, da quietude cheia de paz que só ela nos trazia.
Por que, então, ao invés de guardá-la não fazemos o inverso?
Porque ela pode quebrar, diriam os medrosos.
Porque ela pode quebrar, diriam os medrosos.
Não. O que quebra a bailarina não são as mãos de quem a acaricia, mas a dor de estancar o que nasceu para fazer.
O encanto está aí, em deixar-se conduzir pelo ritmo, encontrando em seus passos sincronizados a solução para que a música nunca termine.
O encanto está aí, em deixar-se conduzir pelo ritmo, encontrando em seus passos sincronizados a solução para que a música nunca termine.
Não se teme o amor. Dá-lo terra para que floresça.
Antes disso torna-se em vão querer livrar-se das flores.
Antes disso torna-se em vão querer livrar-se das flores.