Aquele cheiro


E aquele cheiro. Aquele cheiro que exalava da pele. Da nossa pele. 
Aquele gosto. Tão seco, tão cítrico, tão cheio.
Cheio. Aquele jeito de me completar. E falar, e calar.
Aquele galanteio sem galantear, aquela rima sem rimar.
Aquele espaço. Espaço nulo, branco, imenso, que ficava no ar. 
Aquele aperto. Aperto doído, sem tempo, sem freio, que nada desapertava.
E a saudade. Aquela saudade que abrigava a lembrança - santa - dos momentos de criança.