Entre uma respiração e outra, entrelaçava nossos pés.
Pupilas dilatadas. Lençol desarrumado.
Qualquer nervoso havia passado. Dentro daquele quarto, quatro paredes, uma cama, nós dois, e só.
Sua pele fervia e palavras desprendiam. Beijava meu pescoço, puxava minha nuca, passeava em meus ombros e costas - infinitas possibilidades.
Êxtase.
Em frenesi, entregávamos nossos corpos atestando uma doação que há tempos havia acontecido.
Seus sussurros penetravam meus ouvidos.
Igualmente penetrante, em mim ele fazia casa.
Somando sons, texturas, suor e prazer, éramos um só.
Unção de pele, desejo, carinho e coração.
No silêncio, a cidade vazia se perdia.
Naquele espaço, nossas mentes flutuavam.
Se encontravam, se esgotavam.