Uma pedra em cima da mesa, um texto arquivado no computador.
Resta pouco do que se doa, quase nada.
Muito é tudo aquilo que se tem para dar.
Sem medidas, sem egos.
Não se afirma, se sente. Pele que encosta, olhos que se buscam, cheiro.
Exala, extingue.
Mãos que suam frias, desejo que o corpo alimenta, mas a alma sustenta.
Sente.
E sentir não é embasado, consistente. Não é feito de razões ou desrazões. Não tem tamanho, não tem troféu.
Sentir é segredo, é seu, só seu. Ninguém pode saber, ninguém pode tocar.
Por isso sangra - pedaço de mim que guardo. Calo.
[Silêncio.]
E essa chuva que molha a terra cansada.
[Entresafra.]