_Não fuja de quem você é.
Me senti surpresa com o conselho, embora fosse como se já soubesse o que viria quando ela começou a falar.
_Não estou fugindo.
_Você sabe que está.
Nas horas seguintes procurei não pensar sobre o assunto. Na verdade, procurei não pensar em mais nada, além de descanso. Não sei por que, mas estava me sentindo exausta naqueles dias.
Talvez fosse a fase cheia de compromissos, o desgaste do estresse passado ou o excesso de culpa. Não sei precisar, mas, era como se corpo e alma me implorassem um pouco de serenidade. Resolvi me preservar.
Fui pra casa e só consegui deitar na cama. Por mais que esvaziasse os pensamentos em uma espécie de meditação, não conseguia poupar a energia que saia das minhas veias, agitando cada pedaço de mim.
O pesadelo ainda me fazia temer.
A mesma história com personagens diferentes. Diferentes?
O desfecho viria à tona, hora ou outra, era só esperar. Fechei os olhos para não ver o tempo passar.