Dez minutos


Luísa tinha dentro dela 'milhares de vaidadezinhas inflamadas'. 
Ajeitou o cabelo e pensou. Não, não pensou, lembrou.
Uma ponta de sorriso escapou de sua boca.
Sentia sono, mas estava entorpecida pela ansiedade da calma que não chegava nunca. 
Posicionou o corpo de forma ereta, bocejou e quis adentrar a música que ouvia.
Buscava estrelas na escuridão.
Esgotava seu cansaço com pequenas doses de vinho, beijando a taça lentamente até seu sangue completar-se de êxtase.
Enquanto remoía a ausência, sentiu-se acalentada pela companhia de si mesma - já era tarde, havia se perdido nas horas (dez minutos).
(...)