_ Tinha nela algo que nunca adormece - disse ele, recordando o passado.
Testa franzida de quem muito passou, mãos enrugadas pelo tempo, pelo trabalho, corpo repleto de marcas.
_ Algo visível?
_ Não. Algo que não cheguei a viver! - balbuciou com dificuldade, antes de virar o rosto sem querer continuar.
Notei logo que esse era o seu segredo.
Soube dela assim, por entre linhas. Frases desconexas que escapam entre uma conversa e outra, um café, uma tarde, uma chuva.
Soube dela assim, por entre linhas. Frases desconexas que escapam entre uma conversa e outra, um café, uma tarde, uma chuva.
_ Sua antiga namorada?
_ Não, nunca nos tocamos.
_ Mas... nunca a esqueceu mesmo sem a tocar?
_ E precisava tocar? É o não-acontecido! - definiu, encerrando o assunto.
Ah, a sabedoria atemporal! Aquele velho homem sabia mais que todos os livros de auto-ajuda das prateleiras empoeiradas.
Só um detalhe o separava de minhas várias perguntas: o medo das respostas.
Ah, a sabedoria atemporal! Aquele velho homem sabia mais que todos os livros de auto-ajuda das prateleiras empoeiradas.
Só um detalhe o separava de minhas várias perguntas: o medo das respostas.
[Desnuda, constrange, examina, delata.]