Um sopro


Um sopro na brisa fria da madrugada.
Um por que, um estalo, um repente, uma razão. 
Razão?
Não, emoção. 
Por quês sem resposta, sem tempero, nem cor.
Um sopro no escuro, leve, desnudo.
Sopro de vida, de tudo que floresce, entorpece. 
Ruas tão conhecidas, tão mudadas.
Tudo novo, tudo velho.
Tudo cheio no vazio.
Não se sabe, mas sente. Como sente!
Aqueço-me no quente que minha companhia me oferece.
E ela basta – há de bastar.