Não se engane, ninguém tem seu próprio domínio.
Escolhas são cicatrizes de verdades inventadas, trazendo quase sempre certezas e dúvidas, nessa mesma ordem.
O feito está feito, e ponto final. Ou, ponto e vírgula, já que nunca se sabe quando caberá uma continuação na frase.
De trechos irreversíveis escrevo meus parágrafos. Olhos adiante, sinto o cheiro de capítulos nem sempre bem escritos. Literatura barata cheia de valores de uma vida comum.
Mas, não se deixe levar por sonhos. Realizações são feitas sob escombros de razão.
Razão que se perde vez ou outra. Que adormece feito gato no sol da tarde, se encolhe, mas que volta quando o sol se põe.
Passo a passo, lentamente, traduzo linhas de raciocínio até voltar em si. Vejo na vitrine da janela tudo que imagino em devaneio. Seu rosto estampado na estrada, sua voz ressoando repetidas vezes.
Flutuando leve pela água, meu corpo adormece na profundidade da claridade. Tudo que vejo agora é luz, e a luz é a paz do silêncio que ouço.
[Num toque posso sentir minha alma, ouvir meus gritos, abafar meus pensamentos.]