Olhos baixos, marcados pela idade.
Coluna arqueada, andar vagaroso de quem já correu muito.
Mãos sofridas, maltratadas pelo trabalho na lavoura e pés quase sem forças.
_ Isabel!
Silêncio.
_ Isabel!
_ Sou eu!, disse baixinho, em voz fraca, a senhora de quase noventa anos de idade. Com dificuldade, levanta da cadeira e, com apoio de um andador, caminha até o consultório.
_ A senhora está sozinha?, pergunta o médico.
_ Não. Vim com minha filha!
_ E onde está sua filha?
_ Ela me deixou aqui e me deu o dinheiro do táxi!, responde Dona Isabel, certamente orgulhosa do cuidado da filha ao lhe dar alguns trocados.
O médico balança a cabeça negativamente.
Meu coração aperta.
Meu coração aperta.