Pra inspirar


Andava sem rumo, sem fala. Enquanto isso, pensava.
O trânsito parado da cidade tornava o cenário perfeito, distraindo suas dúvidas com as luzes coloridas. 
- Daqui a pouco é Natal.
De companhia, só o terço pendurado no retrovisor. Só a fé que atravessava o que já passou.
Sem santo, sem nome. Fé no que tinha por dentro.
Já não eram sonhos.
Lutava com seus próprios demônios para chegar à redenção final.
Não adiantava mais prever a tempestade, era hora de enfrentá-la.
Cabeça erguida e peito aberto, caminhando na direção de quem não sabe, trazendo uma única certeza.
O que acreditava era maior, melhor, e além da desigualdade que via.



[Pra clarear você, pra iluminar você. Pra proteger, pra inspirar, e alimentar você.]