Coisa de tinta


Sinto o toque, mas não vejo nada. No escuro qualquer tom é cinza.
Um certo perfume empesteia o ar que respiro surtindo efeitos irreais e impróprios.
Pele, poros, desejo.
Grito, sufoco, sono. Tempestades me invadem, me inundam. Afogada em mim mesma, inebriada em penumbra e claridade.
Páginas em branco, antigas frases escritas à mão. Diz? Não, nada explica, só confunde. 
Coisa de tinta, de papel, de pensamento. 
E pensar lateja, pulsa - sangra.