Anos se passaram, e Ana já não era mais menina.
_ Você vai se atrasar!
_ Já vou, mãe!
Dava muito trabalho guardar todas as suas roupas em caixas. Fora os cremes, os sapatos, os livros.
_ Tem certeza de que cuidarão bem deles? - disse ela, preocupada.
_ Não se preocupe, filha, quando você voltar de viagem eles estarão todos na sua casa!
Mas ela sentia um aperto no peito toda vez que mexiam em suas coisas.
Ainda assim precisava ir. O avião não esperaria e sua nova vida estava apenas começando.
Enquanto encaixotava suas lembranças, um amarelado pedaço de papel caiu no chão. Ela o leu, sorriu.
Por um instante sentiu borboletas voando em seu estômago e isso a fez mais bonita.
Guardou-o, fechou a caixa e partiu.
Seu marido estava à sua espera. Na verdade, ela também esperava.
Esperava mais dos dias que viriam, de seus sonhos, mais de si mesma.
Mas agora era sua lua-de-mel, e o sol estava lindo lá fora.