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Chegou em casa afobada. Subiu as escadas correndo e mal disse oi para a mãe.
Entrou no quarto, despejou a mochila em cima da cama e com leve sorriso estampado no rosto, pegou a carta amassada do bolso. Sentou, e palidamente começou a ler.
As mãos trêmulas entregavam seus instintos mais sinceros e o olhar de interesse se fixava em cada palavra, fazendo escorrer um sabor indescritível com a formulação que fazia delas. Suspirou.
Alisou o papel como quem acaricia a pele aveludada de quem ama. Deitou na cama fascinada - alma, encanto, doçura e inocência a contagiavam.
_ Vem almoçar! - devaneios interrompidos com o chamado da mãe.
_ Já vou! Antes serei só mais um pouco feliz! - disse a menina, para o não-entendimento da resposta.
Ana acreditava na felicidade de momentos, e embora estivesse morta de fome, não queria quebrar coisa tão mágica.