E se ela perder as folhas, será que ainda ficará verde um dia?
Se perder as flores, a beleza.
Mas todo inverno um dia chega ao fim. Todo outono te prepara. Toda primavera te transforma. Todo verão te apresenta.
Novas possibilidades, novas visões. Tudo novo, de novo.
O velho ciclo do começar, aprender e encerrar. O velho, o atual, o real, o imaginário, o desejo.
Tudo se move, e o que seríamos se não se movesse?
O problema é estagnar.
Se esconder evita o desastre de impedir a si mesmo?
Leio o jornal saboreando as palavras. O que me importa se as notícias são ruins? Entre elas, uma sílaba e outra, encontro uma frase digna de um poema.
Ouço aquela música que lembra aquele dia. Aquele.
Minha boca seca como ressaca de um amor. Ressaca que não passa, nem nunca passará, porque sinto-o preso em mim.
Quem foi que disse que "não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure"? - Concordo com o Vinícius!
De terço em mãos, rezo aquela prece que não tem religião. O que me importa o nome do Deus se o milagre é um só? E este mesmo milagre já se fez, todo, pouco a pouco, dia-a-dia.
Este, ah este, de fato me surpreendeu.
E como é bom ainda se surpreender!
(...)