Agosto à gosto


Pode ser o inferno astral, a tpm. Pode ser a frustração que sinto, ou aquilo que deixei de sentir.
Podem ser as várias promessas não realizadas, as que agora se fazem sozinhas ou apenas a falta.
Aquela falta de saber, de ver, de tocar. A falta da imaginação sempre presente, daquelas pessoas, daquele tempo.
Mas deve ser porque há de ter uma resposta.
Tentei achar em mim onde estava o x da questão e preocupa-me o fato de por mais que tente, não encontrá-lo. O x aqui é como um x qualquer de uma equação estúpida, mas que existe para que possamos aprender a complexidade da relação com aquele y, antes tão invisível.
Pois bem, encontrei o y! Já é um começo.
Mas e o x?
O x sou eu, perdida entre tantos pensamentos, procurando entender aquilo que não se entende, ver o que ninguém vê, tocar o intocável.
Estou feliz com o que tem aparecido, só não me felicita aquilo que não procuro.
E a procura é a tal necessidade de focar em focos tão comuns que me cansam. Um cansaço estampado na fadiga, onde necessito de aventuras que deixem-me sem fôlego até amanhecer o dia.
E aquele amanhecer que entorpece minhas entranhas, restando um ar úmido e frio que guardo como lembrança de mais uma noite de amor, daquelas que espero ter por toda vida - sendo ela esperada, próspera ou não. Que reste apenas o beijo, das lágrimas que um dia chorei.

"Tudo o que faço ou não faço
Outros fizeram assim
Daí este meu cansaço
De sentir que quanto faço
Não é feito só por mim"