Engradado de palavras

"Meu blog não é meu diário. Aqui escrevo.
Escrevo porque preciso.
Melhor, vivo porque escrevo.
Não gostou? Não lê!
Ninguém vive a paixão impunemente.
Quando escrevo ganho corpo. Meu corpo-palavra.
Não vou ser a vítima".

E neste engradado de palavras empilhadas, uma a uma, com muito cuidado, é onde moro. Ou me escondo de mim mesma.
Prefiro me entorpecer quando quero parar de pensar, mas ironicamente o efeito do álcool gera uma maior aglomeração de temas em minha mente, provocando teorias e conceitos antes nunca previstos.
Saudade dos tempos em que podia ser apenas uma pessoa perdida, sem cobrar de mim mesma o caminho que me levaria de volta pra casa.
Agora estou a um passo de conquistar o encontro pleno, e no entanto, teimo em não querer encontrá-lo. Talvez porque o que tenha graça seja justamente isso: a busca.
Importante pra mim agora é fazer aquilo que tenho vontade, quando tenho vontade e do jeito que tenho vontade. Acoplado a isso, carrego junto a meu corpo quente a respiração de uma pessoa ainda tão misteriosa que apareceu de repente mas que já me faz falta.
Falta essa que enobrece o fato de poder tocá-lo não somente com minhas mãos pequenas e fortes, mas com o pensamento, sempre em conjunto.
Abraços simultâneos de gente que esbarra umas às outras sem saber a importância que podem fazer.
Embriago agora talvez não mais o meu sangue, mas minhas pupilas. Parei de sangrar, contemplo o inverno e celebro a sobrevivência no caos, que agora muito me parece aqueles filmes de auto-superação.
Minhas botas de couro e meus cabelos curtos combinam mais com aquele sorriso largo que ele deixa sempre ao meu alcance, e isso é realmente algo muito bom.

"Hide the scars to fade away the".