Efêmero

Nale Simionatto

 

Desconcertante, o meu mundo sempre foi outro. 

Meus sonhos abstratos e minhas dores psicossomáticas, mas sempre incrivelmente reais. 

Minhas proporções são subjetivas e minhas noites diferem das suas. 

Para entender o que sinto, basta não me prender entre seus medos. 

Preciso de espaço para circular como você precisa do ar que respira. Parece que esse me falta se permaneço imóvel/medíocre. 

Automático pra mim é analisar tudo/todos e eu ao meu redor. 

Sou como uma palavra difícil: é certo que você já ouviu falar sobre, mas desconhece a verdadeira essência. 

Às vezes me pego em surtos filosóficos de gente pseudo cult metida a intelectual e cismo em querer abraçar o mundo. Querer tudo agora e já - mesmo que efêmero. 

Mas aí, lembro que mal tenho uma inteligência emocional razoável, desisto de escrever minhas teorias e vou dormir.