Tanta coisa


Distorcidas e imóveis, as palavras saiam fáceis. Empilhadas sobre escombros de sentimentos, não surtiam efeito, mas cabiam confortavelmente entre as sombras do que restava.
Emergir - latejar ou pulsar - esgotar.
Ela nem se mexia.
Estocava covardias de um medo sem procedentes e destacava as pétalas de si mesma. 
Não lhe cabiam mais bem ou mal querer. O que tinha lhe era infinitamente suficiente.
Escolhia agora as cores que a acompanhariam até o altar. De branco se cobria.


[De branco se faziam todas as flores. Eram dele que todas as outras cores nasciam. Luzes desbotadas, tons emaranhados em seus braços. Pensar nisso gerava tanto - e era tanta coisa]