Os caminhos de Alice

As paredes coloridas levavam à um caminho desconhecido, mas totalmente fascinante.
Suas pernas chegavam a bambear a cada esquina dobrada, suas mãos suavam frias e seu rosto estava corado.
Emoção! Não era isso que ela queria?
Vestida como uma boneca, com os olhos arregalados de curiosidade, ela seguia em frente. Ansiava em saber o desfecho, mas era tão saboroso aquele encanto do suspense que não queria parar de andar. E quanto mais caminhava, mais difícil ficava.
Sua gata a seguia - passos lentos para saber onde pisava e companheirismo. Na verdade, o que queria era assistir passivamente o encontro que já previa, mas que não conseguia pronunciar.
Alice estava com medo. Medo de seguir em frente, medo de parar no tempo. Medo de quebrar a cara, medo de deixar por fazer.
Na dúvida, sentou um pouco e descansou. Mas o êxtase a dominava.
Começara a ver imagens, a degustar sabores, a sentir toques. Começara a imaginar novamente (ela que achava ter perdido a capacidade de imaginar de novo). Sua pele arrepiava, seus cabelos delicadamente tocavam seus ombros e juntos, promoviam movimentos embalados em música e silêncio.
Frênesi, sufoco.
Por vezes sentiu falta de ar. Mas o ar que lhe faltava, era substituído por exercícios de meditação para equilibrar as forças.
De pé.
Mais uma placa indicava dois lados a seguir.
Dessa vez, não titubeou. Escolheu o lado que lhe indicava a intuição e seguiu.
O que será que a esperava mais à frente?

"Vivemos todos num conto de fadas. Mas algumas pessoas levam essa fantasia mais a sério".